Sexta feira a noite, dia de festa, de se libertar, um cara beija uma mulher logo antes de beijar outra, entre um copo e outro de cerveja, esperando ansiosamente pra chegar logo ao final da noite, quando vai pra um lugar estranho fazer sexo com uma desconhecida e fumar maconha até ver o sol nascer.
Durante a semana ele se arrasta, na faculdade e no trabalho, sentindo-se esmagado por tudo o que o cerca, mas a sua esperança está na próxima sexta, no próximo feriado, sua vida é um sucessão de festas, com intervalos de uma semana ou menos entre elas, ele só se sente vivo realmente quando esta agarrado com alguém usando alguma droga.
Este é o retrato da maioria da juventude de nosso país, e me arrisco a dizer que também serve para boa parte dos adultos, a vida é um sofrimento, até que se consiga fugir na primeira oportunidade dela, da vida. Essa figura que se encaixaria perfeitamente em um sanatório é o retrato do futuro do Brasil, ele critica, mas não sabe o que critica, ele protesta, mas não sabe contra o que, e pelo que, protesta, ele vive, mas não vive.
Sua vida é um empilhamento de incertezas, uma montanha de dúvidas e confusões, ele não consegue identificar, o por que ele faz, o que faz, ele não sabe de onde vem o que ele fala, ele não entende o que sente, e não faz questão alguma em se entender, pelo contrário tem a certeza “inata” de que não se entender, não se resolver é a melhor resolução, logo como resolver uma questão individual? Uma dúvida por mais trivial que seja? A soterrando de baixo de uma montanha de outras contradições, medos, escaras da alma.
Somos uma nação de desconhecidos, e não me refiro ao vizinho ou ao porteiro, me refiro a nós mesmos, se coloquem em frente ao espelho, olhem no fundo de seus próprios olhos e perguntem, quem sou eu? O que eu quero para a minha vida? Por que fiz, ou penso, ou falei isto ou aquilo?
Não há vergonha em se conhecer, não há vergonha em saber quem nós somos, não há dor em se resolver por mais dolorido e longo que possa ser o processo de descoberta de nós mesmos, mas uma coisa eu lhes digo, a liberdade é o que espera quem por esta caminhada passa verdadeiramente, a liberdade de pensar, a liberdade de escolher, a liberdade para finalmente viver, não viver como parte de uma manada, mas viver como ser único, brilhante, obra magnifica de um Deus glorioso e misericordioso, ser capaz de mudar não só o mundo, mas a si mesmo.
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