terça-feira, 18 de março de 2014

As conchas de ouro


   Nossa historia começa com uma  pequena caravana de comerciantes passando pela costa dos cascalhos dourados, um lugar peculiar onde recentemente (a uns 30 anos) um grande e poderoso mago transformou todos cascalhos que tocassem aquelas costas em ouro até que sua amada o perdoasse (o que no caso ainda não havia acontecido). Essa caravana queria pegar um pouco desse ouro, já que ninguém conseguiu conquistar aquela área, pelo nível imenso de pessoas que ali visitavam. Todos sabiam a origem desse ouro, e todos sabiam que assim que a amada do mago o perdoasse ou morresse, aquele ouro voltaria a ser cascalho, por isso ninguém ficava ali muito tempo.      Mas mesmo assim ali estávamos, com nossos 4 burros, e nossas pequenas carroças.
   A caravana tinha 2 carroças. Na primeira, iam Tom gavião, nosso soldado e ferreiro, Lummen, nossa curandeira do deserto de Aralcaria e eu, o velho Bill, o mago aposentado. Na segunda tinha o Abbid, o velho comerciante, e o seu filho, Marmut, o forte.
   Só para constar, Tom é um itariano,eu sou do povo Huzi (explicarei em breve sobre minha raça), Lummen é uma elfa (eu acho, normalmente ela esconde o rosto com um manto), Abbid e seu filho são humanos do deserto.
   Meu trabalho na viagem, era basicamente encantar os animais, para ganhar o tempo que gastariamos caçando e fazer fogo, que é muito mais fácil (pra quem vê) e se leva muito menos tempo quando se domina magicamente o elemento. Mas isso não é importante agora.
  Estávamos na entrada do vilarejo que rodeia a praia dos cascalhos.O sol já se punha e eis que Tom, que guiava a carroça, grita -Abbid, vamos parar nessa pousada aqui, já está escurecendo.
  -Claro Tom.- responde o grito de Abbid ao  fundo.
  As carroças param lentamente e eu acordo Lummen, que estava dormindo desde a saída da floresta.-Acorda Lummen, chegamos finalmente.
  -Aaahhg, obrigado- resmunga Lummen ainda com sono.
  Saímos da carroça e nos dirigimos até a entrada da pousada. Tom e Abbid conversavam sobre como era boa a estrada até la, e o resto de nós ficamos calados sonolentos.
  Abbid bate a campainha do balcão, um velho humano branco e velho,com barbas grandes (o que é admiravel a nós Huzis) vestido com roupas chiques e sem um dente nos atende com um sotaque caipira-Oie gente, posso ajudar ocêis?
  -Claro meu amigo, queremos 2 quartos, por favor.- Responde o velho Abbid oferecendo algumas moedas de ouro que conseguimos na viagem vendendo alguns de nossos produtos.
  -Ótimo, pessoal, segunda porta subindo as escadas.- diz o velho já entregando as chaves.-Ocêis vieram por causa do ouro não foi?
  Abbid responde educadamente- Claro meu caro, faremos uma longa jornada até o sul do continente, e precisamos de uma boa quantidade de ouro pra isso.
-Ocêis saem correndo então gente, porque daqui a pouco a maré vai descer e se  não forem logo, não vão conseguir nada.- Aconselhou o velho que passava a língua no buraco em sua boca onde deveria ter um dente.
  -Colocaremos nossos bens pertences nos dormitórios e então aceitaremos seu conselho nobre cavalheiro.- diz Abbid com um sorriso
  Subimos as escadas, e Lummen pegou a chave com Abbid. Tom carregava as coisas de nos 3 e Abbid e Marmut entraram no outro quarto. O quarto era pequeno para nós 3, mas o povo Huzi não dorme muito, então não me importo em dormir em qualquer colchonete. Era um quarto de madeira, com uma grande janela quadrada, 3 camas velhas, mas limpas. um banheiro e um armário.
  Tom colocou as coisas no armário e eu e Lummen arrumamos nossas coisas. Logo Marmut bate a porta dizendo- vamos descer, temos logo que ir a praia.
  Descemos e tomamos rédea ás carroças em direção a praia.
As ruas do vilarejo eram de pedra e tinha muita gente nas calçadas. era estranho dizer que aquilo era um vilarejo, porque  apesar de tanta gente, ninguém ficava na cidade, e mesmo assim, as ruas eram limpas e as casas conservadas.
  Seguindo em direção ao mar, as ruas iam ficando menos amigáveis e as casas, pareciam mais vazias. Chegamos a um grande muro, mas ele estava quebrado em muitas partes e derretido em outra(provavelmente por itarianos a julgar o aspecto).
paramos a carroça e Abbid disse - É aqui mesmo Tom?
-Parece que sim- respondeu Tom ja descendo e pegando as pás que usariamos no fundo da caroça.
A praia estava lotada, principalmente por humanos e anões, que tinham suas calças levantadas acima dos joelhos, não usavam camisa e usavam oculos especiais para ver as conchas mais valiosas(com mais quilates).
Fomos até a praia e por 3 dias disputamos as conchas de ouro com os demais ali presentes, mas não tinhamos a pratica que eles e acabamos pegando poucas conxas e de baixo valor de acordo com Tom, que nem precisava de oculos pra ver, ja que ele era um itariano do leste e tinha o olho de Celeni.

Faltavam 3 dias para o ciclo da agua acabar(o calendário será explicado no proximo post) e nós tinhamos um plano...

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