terça-feira, 8 de setembro de 2015

Eu e você

   Já vou logo avisando, esse é um post bem viajante.
   Vocês já amaram alguém de forma que essa pessoa parecesse parte de você? Aquela pessoa que você chama simplesmente de amor.
   Sabe, o amor é um sentimento. Ele parte de você. Quando se chama alguém de amor, na verdade está se projetando você mesmo nessa pessoa.
   Chamar alguém de amor assim, é algo narcisista, mas na maioria das vezes, a pessoa corresponde quando você a chama. Claro, se não você nem a chamaria assim.
   Ser chamado de amor, significa que alguém se vê em você.
   Muitas vezes se chama alguém de amor por paixão própria, e por isso muitas vezes o "amor" acaba.
   Casais se elogiam muito por se superestimarem demais.

   É curioso também, que quando se está em um relacionamento, e uma das pessoas está brava ou triste com a outra, ela a chama pelo nome. As vezes, em casos extremos, pelo nome completo.
   Principalmente as mães, pois claro, os filhos são suas projeções. Nascemos pois nossos pais tem o desejo de ter descendentes semelhantes a eles.
 
   Interrompendo o raciocínio.  Caro leitor, pare um momento tudo que você está fazendo e tente escutar o que há ao seu redor.
   O livro "o nome do vento" começa falando que há 3 formas de silencio. Primeira é quando não há barulho. Segundo é aquele silencio que há quando duas pessoas que antes estavam em dialogo, agora presenciam.
   A terceira forma de silencio é aquele silencio de tempos imemoriais. Aquele silencio que havia antes de haver barulho.
   No Gênesis diz que deus disse. Antes disso não existia nada.
   Por isso não se pode falar o nome de deus em vão. Porque seu nome é atemporal.
   Para uma pessoa seu nome também é atemporal, pois ele já existe antes  de você nascer, na sua concepção.
   Até certo ponto seus pais dizem o que você será. O que vem depois é a criação.  Apreciar a criação é o que nos faz amar. Por isso devemos amar a deus como a si mesmos, mas quando se ama outrem, ama-se a todos, pois ama-se a concepção.

   Amar de verdade é escolher permanecer chamando a pessoa de amor mesmo quando você a quer chamar pelo nome.
  É amar a existência concebida por ela na sua realidade, e não mero narcisismo.


 

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